Cooperativismo Catarinense

APOIO

Outubro Rosa:

“A vontade de viver é muito maior”

No início de 2021, Kátia Lemes de Andrade descobriu um câncer de mama. O apoio da família, dos amigos e a espiritualidade têm sido pilares de apoio para a agente de atendimento do Sicoob MaxiCrédito de Ilhota  

“Foi no dia 7 de janeiro. Eu estava tomando banho e senti algo me dizendo para levar a mão ao peito. Eu fiz e ali que eu senti o nódulo”.

Foi assim que Kátia Lemes de Andrade, de 40 anos, deu o primeiro passo para identificar o câncer de mama. Foi ali também que iniciou a caminhada para superar a doença.  E nos próximos dias ela deve fazer a 12ª, e  última, sessão de quimioterapia.  O tratamento ainda não acabou, mas o momento marca uma importante etapa vencida e que dá mais confiança e força na recuperação completa. 

O percurso pode ser bastante desconfortável, cheio de altos e baixos. E com Kátia não foi diferente.

“É uma luta constante, sem desistir. Os primeiros dias são de choque, você perde o chão. Mas depois é levantar a cabeça, sacudir a poeira porque tem muito chão pela frente”

, conta a agente de atendimento do Sicoob MaxiCrédito da cidade de Ilhota.  

Depois das consultas médicas e exames que confirmaram o câncer, Kátia lembra que fez uma escolha: decidiu lutar pela recuperação. E foi o suporte da família desde o primeiro momento e a espiritualidade que a ajudaram a percorrer esse caminho.

“Quando você descobre, tem que decidir o que vai fazer. Ou opta pela vida ou joga a toalha”.

Como a decisão foi pela luta, Kátia começou promovendo algumas mudanças de hábitos de vida e de alimentação para a ajudar a preparar o corpo para os tratamentos que viriam na sequência. Ela é espírita e a fé também teve papel importante. 

“Em nenhum momento eu tive revolta ou pensei ‘por que aconteceu comigo”.

A gente tem esse problema de se colocar no lugar de vítima. Se algo veio é porque tem alguma coisa errada e temos que mudar o percurso, o trilho. É por isso que a doença veio. Não é castigo. É um alerta para mudarmos”, disse. E mesmo após finalizado o tratamento, ela salienta que esses novos e melhores hábitos permanecerão, reduzindo o consumo de embutidos, açucares, e outros tipos de industrializados, além de incluir atividades físicas na nova rotina. Para estar cada vez mais forte e saudável para curtir todos os momentos ao lado do marido, da filha e de toda família. 
  
Queda de cabelos 
A queda dos cabelos também é um momento complicado no tratamento do câncer, especialmente para as mulheres. Kátia recordou que ao perceber o início do processo de queda, optou por deixar eles caírem sozinhos por algum tempo, até decidir por raspar a cabeça.

“A questão da beleza afeta bastante. Só que a vontade de viver é muito maior. E é uma situação passageira, que faz parte do processo e nos tornará mais fortes. Nem eu sabia que tinha essa força”.  

Outra preocupação era como explicar para a filha, Natália, sobre o porquê de cortar o cabelo. Mas a pequena, de cinco anos, entendeu e até faz brincadeiras com a mãe pelo cabelo curtinho.  
  
Covid e a perda do pai 
Durante o caminho, além da doença, Kátia e alguns familiares ainda foram diagnosticados com a covid-19. Nela os sintomas foram relativamente amenos, mas o pai acabou falecendo.

“Moramos todos próximos. Ele era meu companheirão, quem me levava nas consultas, nas quimioterapias. Essa perda está sendo mais difícil do que a doença, porque eu sei que ela (o câncer) é passageira”.

E é neste momento que a fé entra em campo mais uma vez. A crença que existe um lugar depois desta passagem serve de alento para ela e a fé que um dia haverá um reencontro com o pai.  
  
O carinho dos associados 
Kátia trabalha há 12 anos no Sicoob, sendo 10 deles na cidade de Ilhota. Ela revela que outro fator que a ajudou nesse momento de tratamento foi ter continuado a trabalhar, mesmo que em home office.

“Sou grata à Maxi por ter permitido que eu continuasse a trabalhar. Ocupa a cabeça, não ficamos pensando só na doença. Ser útil e me sentir útil, isso é o principal. Conseguir contribuir para mim é essencial. Não é porque estamos doentes que podemos nos entregar. Não quero me entregar, quero viver com a melhor qualidade possível”.  

E o carinho não ficou limitado aos colegas de cooperativa. Muitos associados que frequentam a agência de Ilhota há anos e conhecem Kátia mandaram várias manifestações de carinho, de desejo pela recuperação dela e até mesmo fazendo visitas para dar força.

“As meninas da agência me avisam que muitos sócios mandam abraços, dizem que estão rezando pela minha recuperação, colocando meu nome em grupos de oração. São demonstrações de carinho de muitas pessoas e é excepcional. Sentir como é profundo esse nosso contato e como isso nos dá ânimo”

, disse.  
  
O Outubro Rosa 
E aproveitando esse momento do outubro rosa, ela reforça a importância de que as mulheres mantenham os cuidados e o acompanhamento constante com sua saúde.

“Há um tempo eu não dava tanta importância ao Outubro Rosa em si. Fazia os exames, me cuidava. E depois da doença eu fui atrás dos números e vi o quão importante são todas essas ações. Estar doente não é sentença de morte. Pode acontecer com qualquer um e se vier (o diagnóstico de uma doença), não pense que é o fim, é o recomeço. Para mim é o recomeço”

, finalizou.  

Fonte: Comunicação do Sicoob MaxiCrédito