Cooperativismo Catarinense

ARTIGO

Cooperação em sinergia

Sempre que se fala em cooperativismo eficiente e eficaz, diferenciam-se os termos: Cooperativismo eficiente, como aquele que obedece às leis e regramentos impostos pelos Órgãos competentes e ordenadores do sistema nacional de cooperativismo e atende bem a população, sendo irretocáveis seus balanços e sem restrições. Cooperativismo eficaz, como aquele que, além de cumprir todas as leis e regramentos determinados, atende bem a população, com balanços sem restrições, com a produção de excelentes resultados.

Se se atentar para a atuação do cooperativismo no mundo, percebe-se o quão importante ele é para a vida das pessoas. Os maiores órgãos representativos têm qualificado o cooperativismo como um modelo de sociedade moderno e mais justo: “a face boa do capitalismo”.

Ele está em 118 países do mundo. São mais de trezentos e setenta milhões de pessoas associadas a cooperativas. Interfere em mais de um terço da humanidade e, ainda, consegue ajustar a distribuição de renda de maneira mais equitativa e aceita pelas pessoas.

Nos Estados Unidos, um país grande em população e desenvolvido, o cooperativismo tem uma penetração de 58% no sistema financeiro. No Canadá, o cooperativismo tem uma penetração de 42% nas finanças daquela nação.

Quando se fala em Brasil, percebe-se que os números não são tão expressivos assim, mas não são de se menosprezar: o cooperativismo abraça dez milhões de associados e está em mais de cinquenta por centro dos municípios brasileiros. Se se considerar a presença no território nacional, é bastante expressiva, também: mais de sete mil e trezentas agências abertas.A distribuição do cooperativismo, no Brasil, não é uniforme: no sul e sudeste, há maior concentração do que em outras regiões. Mas todos concordam que há um crescimento grande em quase todas as regiões do país.

Com certeza, há condições de haver um crescimento maior do cooperativismo nacional, se os Sistemas cooperativistas pararem para uma reflexão: Será que a união de forças, na busca de objetivos comuns, já que todos buscam as mesmas coisas e têm a mesma missão, não geraria uma força maior para se conquistarem as metas, que são comuns, com mais rapidez e com menos esforços?

Estes questionamentos têm sido feitos por todos os sistemas cooperativos do país e começa a tomar corpo e, parece, não querer mudar de rumo. Cooperativismo é significado, por excelência, de união de forças. Significa dizer que todos os sistemas cooperativistas trabalham de mãos dadas numa obra e todos empunham a mesma bandeira.

O que os dirigentes destes segmentos começam a se questionar é a possibilidade de se unir, ao menos em alguns setores, como por exemplo, a possibilidade de junção de sistemas, numa única plataforma, capaz de atender a todos os associados, tornando-se uma base única que produza mais efeitos, com menos custos.

Como exemplo: tem-se a presença, em quase todos os estados, de as entidades associativas que se organizam numa instituição centralizada e, às vezes, em entidades nacionais, atraindo para si, mais força e credibilidade, na conquista de seus propósitos.

O Fundamental é esta premissa: divulgar o cooperativismo; fazer dele uma alavanca de progresso e desenvolvimento. Não existe sistema melhor que a cooperação: ela gera uma sinergia nas comunidades que empolgam as pessoas a se unirem e trabalharem para o crescimento de todos. Precisa-se, sim, de união de esforços e disseminação de projetos coletivos, capazes de gerar crescimento mais rápido e eficaz. Todos querem chegar ao mesmo lugar, mais rapidamente.

É possível se abraçar à OCESC (a Organização das Cooperativas, no estado de Santa Catarina) e, juntos, as Entidades cooperativas começarem a se planejar, ao menos, com alguns projetos coletivos, como, por exemplo, se fazem as ações do Dia C, momento em que as cooperativas aparecem no visor da sociedade como uma instituição de força e valor, agindo conjuntamente.

Numa viagem a San Francisco, nos Estados Unidos, em 2019, em busca de inovações, estiveram presentes diversos sistemas cooperativistas e a conversa fluiu sobre a importância que as cooperativas têm na sociedade e como seriam fortes se encontrassem uma forma de unir forças em torno de, pelo menos, alguns objetivos comuns.

O mundo, hoje, não espera menos das cooperativas: juntar esforços e reduzir custos, para envolver mais pessoas na participação. Quanto mais a sociedade se desenvolve, mais ela se torna ambiente de transformação.

Não há dúvidas de que as cooperativas são um meio de desenvolvimento das sociedades que mais tem sido aceito pela comunidade humana. Elas têm a responsabilidade e a obrigação de deixar para a população brasileira este legado às futuras gerações.

O olhar cooperativista deve focar no bem que se faz e no bem que se pode fazer juntos!


José Domingos de Andrade
Presidente Sicredi Vale Litoral SC