Cooperativismo Catarinense

ARTIGO

OCESC: 50 ANOS DE REPRESENTAÇÃO

As cooperativas, como organizações humanas associativas, e o cooperativismo, como doutrina econômica baseada na atuação conjunta, ganharam expressão máxima em Santa Catarina, onde estão presentes desde o início do século passado.

Santa Catarina é um Estado vocacionado para o trabalho, a inovação e o empreendimento. Essas são características que balizam e estimulam o moderno cooperativismo. Por isso, em todos os ramos da economia catarinense as cooperativas estão presentes, oferecendo produtos e serviços de qualidade e concorrendo de forma ética, em todos os mercados, com as empresas mercantis.

É nesse cenário de protagonismo que completa meio século de fundação e de atuação a entidade de cúpula do sistema cooperativista barriga-verde – a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) – criada para atuar como órgão registro, representação e defesa técnica e política, além de assistência e apoio ao desenvolvimento do setor, e outras inúmeras atribuições.

O elevado grau de sucesso associativista, mercadológico, econômico e institucional das cooperativas catarinenses deve-se, em grande parcela, ao trabalho desenvolvido pela OCESC nessas cinco décadas. Apesar do romântico e inspirador conjunto de princípios e postulados que fundamentam a doutrina cooperativista, para obterem êxito elas precisam mostrar competência gerencial, visão empresarial, arrojo nas iniciativas, capacidade de atualização tecnológica, inteligência comercial e sintonia com as tendências de mercado e os desejos do consumidor.

Não deixa de ser um desafio atender a essas exigências sem ferir as características da governança corporativa que, em razão do seu caráter cooperativista, inclui diversos órgãos colegiados no processo de gestão democrática e, ao mesmo tempo, a permanente busca de sinergia entre cooperados (associados), empregados e dirigentes.

Em diversas áreas as cooperativas anularam deficiências e maximizaram as potencialidades de talentos humanos e capitais financeiros, de recursos naturais e vocações empreendedoras. São notáveis os resultados obtidos nos ramos agropecuário; crédito; transporte; consumo; saúde; infraestrutura; trabalho, produção de bens e serviços, onde as cooperativas uniram forças, viabilizaram empreendimentos, criaram serviços e produtos, estabeleceram próspero encadeamento produtivo e levaram desenvolvimento e bem-estar para amplas faixas da população.

As cooperativas enfrentaram com tenacidade e resiliência todas as crises que vergastaram a economia, revelando, em muitas ocasiões, uma extraordinária capacidade de assistir aos seus cooperados e, ao mesmo tempo, contribuir com as comunidades e com o Poder Público na busca de soluções de interesse social. Nessas ocasiões, o interesse setorial (dos cooperados e das cooperativas) foi subordinado ao interesse coletivo.

O advento da pandemia permitiu demonstrar essa face altruísta que, na verdade, é o exercício de um dos mais caros princípios universais do cooperativismo: o interesse pela comunidade. Foram as cooperativas as primeiras a implementar procedimentos, ações e programas em defesa da saúde de seus associados e colaboradores, bem como do público, seguindo-se amplo e intenso engajamento nas campanhas de saúde pública para combate ao novo coronavírus e contra a disseminação da covid-19.

As cooperativas constituem uma presença ativa e solidária em território catarinense, de expressão social e econômica, reunindo em seus quadros associativos mais de 3 milhões de associados e prestando serviços de qualidade para o Estado, o País e o Mundo. Em Santa Catarina, cooperativismo é sinônimo de trabalho, renda, qualidade de vida, dignidade, solidariedade e futuro. E a OCESC, em seus 50 anos de história, é a catalisadora desse inspirador modelo de fazer negócio.

Luiz Vicente Suzin
Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)