Cooperativismo Catarinense

AS COOPERATIVAS ENFRENTAM COM DINAMISMO E CORAGEM O DESAFIO DOS NOVOS TEMPOS

AS COOPERATIVAS ENFRENTAM COM DINAMISMO E CORAGEM O DESAFIO DOS NOVOS TEMPOS

          As perdas na produção de leite estão intimamente relacionadas ao impacto negativo do estresse térmico nas vacas em lactação e estão relacionadas principalmente ao menor volume de leite e produção de sólidos, além de problemas de fertilidade.

          O cooperativismo é uma força social e produtiva extraordinária, reúne mais de 2,7 milhões de catarinenses e gera um movimento econômico anual superior a 40,7 bilhões de reais.

          Reeleito para um segundo mandato à frente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Luiz Vicente Suzin expõe, nesta entrevista, os novos desafios que a pandemia e
a crise econômica
impõem ao setor.
Suzin – 67 anos de idade, natural de Videira – está vinculado ao cooperativismo há 44 anos.
Graduou-se no curso de Biotecnologia com Ênfase em Enologia na Unoesc Campus de Videira. É
casado com Iria Salete Perazzoli Suzin, com quem tem dois lhos. Em 1989, assumiu a
presidência da Cooperativa Agropecuária Videirense (Coopervil), onde permanece até hoje.
Também fundou e preside a Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados do Vale do
Vinho – Sicoob Videira. É membro do Conselho de Administração da Cooperativa Central
Aurora Alimentos e comandou a Federação das Cooperativas Agropecuárias de SC (Fecoagro)
por nove anos. Preside o sistema Ocesc/Sescoop/SC desde abril de 2016.
O cooperativismo catarinense tem se destacado nacionalmente através de suas ações. Como
presidente da Ocesc, a que o senhor credita o desempenho do setor em Santa Catarina?
Suzin – Creio que isso se deve à sólida cultura cooperativista dos nossos dirigentes, empregados
e cooperados, aliado a uma aguçada visão empresarial daqueles que comandam as sociedades
cooperativas em todos os ramos. Os papéis da Ocesc, na representação das cooperativas
catarinenses, e do Sescoop/SC, na capacitação constante de dirigentes e empregados, também
são fundamentais para o reconhecimento que o nosso cooperativismo tem no País.
O crescimento do cooperativismo no Estado e no Brasil tem sido bastante signicativo, inclusive,
no último ano, o setor cooperativista em Santa Catarina ultrapassou em 12 vezes a economia
brasileira. Qual o segredo do sucesso?
Suzin – É fundamental criar padrões de qualidade e produtividade para que as cooperativas sejam
competitivas em todos os mercados onde atuam. A prioridade da Ocesc e do Sescoop/SC é
contribuir para estruturar as cooperativas diante dos desaos destes novos tempos de pandemia,
de volatilidade do mercado e de retração econômica. O segredo é não se assustar com as
diculdades e ser proativo em todas as áreas. Enfrentar crises e diculdades faz parte da rotina
dos dirigentes.
Em um rápido balanço de sua primeira gestão à frente da Ocesc, quais as maiores ações que o
senhor destacaria?
Suzin – Conforme detalhamos na assembleia geral de prestação de contas, foram realizadas
centenas de ações. De modo geral, destacaria a defesa técnica e política do setor, os
investimentos em formação, qualicação e requalicação prossional, e os grandes eventos
técnicos, cientícos e institucionais, como o Fórum de Dirigentes. A questão dos incentivos scais
para os insumos agrícolas foi um episódio que exigiu ampla articulação do sistema cooperativista.
Um importante avanço foi a atuação mais ativa da Frente Parlamentar Cooperativista na
Assembleia Legislativa de Santa Catarina e a criação do Cecoop (Conselho Estadual do
Cooperativismo).
Em sua opinião, a reeleição para a presidência da Ocesc foi uma nova conquista ou o resultado da
excelente gestão?
Suzin – Eu diria que é o resultado de um trabalho harmônico e integrado que envolveu a
Ocesc, o Sescoop/SC e as cooperativas de forma muito produtiva e que rendeu resultados em
várias frentes. A tradição no sistema cooperativo é de, pelo trabalho intenso e pelo diálogo
permanente, construir consensos para que as eleições transcorram em clima de entendimento
e cooperação.
O que o sistema cooperativista catarinense pode esperar desta nova gestão? Quais as
principais linhas de atuação em seu segundo mandato?
Suzin – Daremos continuidade a todas as ações e projetos. A tramitação das propostas de
reforma tributária no Congresso Nacional exigirá uma grande articulação das entidades de
representação do setor no sentido de preservar algumas conquistas do cooperativismo que
não são privilégios, mas situações consagradas em todos os países onde prospera um
cooperativismo moderno, atuante, inclusivo e sustentável, com excelentes resultados
econômicos e sociais.
Apesar da crise nanceira causada pela pandemia, o cooperativismo catarinense conseguiu se
manter e ainda crescer. O senhor acredita que o resultado nal de 2020 ainda pode superar as
expectativas do setor?
Suzin – A crise também impactou o cooperativismo, mas as cooperativas estão enfrentando
com muita determinação os efeitos sociais e econômicos da pandemia do novo coronavírus.
Um dos ramos que deve manter um excelente crescimento é o agropecuário. As cooperativas
agropecuárias devem apresentar novamente um desempenho acima dos demais setores em
face dos resultados obtidos com as cadeias produtivas da suinocultura, da avicultura, de grãos
e leite, entre outras. Os ramos de crédito, transporte, infraestrutura e consumo também
devem apresentar bons resultados.
Diante da pandemia do novo coronavírus, como o senhor avalia a atuação das cooperativas
catarinenses nas ações de enfrentamento e prevenção à doença?
Suzin – A pandemia provocou mudanças e transformações na forma de organização do
trabalho, nas estruturas de produção econômica e no próprio tecido social em todos os países.
É inevitável, portanto, que atinja as cooperativas. Todos os ramos do cooperativismo estão
inovando, não apenas para sobreviver à crise da pandemia, mas para continuar oferecendo
soluções e serviços de qualidade aos 2,7 milhões de catarinenses associados às 254
cooperativas. Com uma série de ações de prevenção, proteção e apoio, todos os setores do
cooperativismo reagiram aos desaos impostos pela pandemia, especialmente as cooperativas
dos ramos agropecuário, crédito, consumo, infraestrutura, saúde e transporte, que detêm o
maior número de associados.
Os dois principais ramos do cooperativismo em Santa Catarina, o agropecuário e o de crédito,
além do ramo da saúde, estão tendo um papel de destaque na pandemia. Qual a sua
percepção a respeito de cada um deles?
Suzin – Esses ramos funcionam como locomotivas do cooperativismo catarinense. O ramo
agropecuário representa mais de 60% do movimento econômico do cooperativismo e
concentra os maiores projetos de investimentos, seja no campo, seja nas unidades industriais,
comerciais, administrativas ou de ativos biológicos. O ramo de crédito é o grande nanciador
da maioria desses projetos de expansão e crescimento.
Como o cooperativismo catarinense está se preparando para 2021?
Suzin – Ainda há uma elevada margem de imprevisibilidade para o ano de 2021. Somente a
chegada de uma vacina segura e ecaz reduzirá a ansiedade que marca este período. Mas
somos otimistas. Acreditamos na plena superação da crise sanitária e na retomada do
desenvolvimento econômico e em altas taxas de crescimento a partir de 2021.
Mensagem para as 254 cooperativas catarinenses
e os 2,7 milhões de
associados no Estado Vamos enfrentar com coragem e otimismo os desaos que se
apresentam no horizonte de 2021 e dos anos seguintes. Trabalhar duro e buscar
permanentemente o aperfeiçoamento de todos os processos para a obtenção dos melhores
resultados continuarão sendo a nossa diretriz. Vamos tornar cada vez mais sustentáveis as
nossas cooperativas e cada vez mais éticos e responsáveis os nossos negócios. Vamos pensar
na viabilidade econômica, sem esquecer dos interesses da coletividade.

Leia as belas ações do Cooperativismo Catarinense!

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