Cooperativismo Catarinense

BET, NOS 53 ANOS DA ALFA

Bet, nos 53 anos da Alfa: “Honestidade, ética e humildade são tudo”

Dia 19 de outubro, a Alfa chegou aos 53 anos com a previsão de obter uma receita bruta, em 2020, 21% superior a 2019 (R$ 3,7 bi). Aqui, o presidente Romeo Bet relata o atual estágio de crescimento e aponta rumos.

História bonita

“É uma história muito bonita. Passamos por várias etapas, de dificuldades e vitórias, de algumas paradas e outras de maior velocidade, porém, sempre com ímpeto de todas as diretorias que passaram, dos funcionários e associados, de tocar o barco adiante. Foi muito trabalho e muita dedicação, de muita gente.”

Uma grande sacada

“Quando a Cooperativa começou a perceber que havia várias outras pequenas com dificuldades, iniciou as incorporações, visando ao fortalecimento e, também, para salvaguardar o próprio sistema associativo. Um exemplo foi a junção da então Cooperchapecó com a Cooperxaxiense em 1975, gerando o nome Alfa. Isso tomou corpo, e vieram mais estruturas em seguida.”

“Quem não cresce fica estagnado ou regride.”

 A modernização

“Outra estratégia excelente foi o ingresso na industrialização em 1977, com a indústria de milho, depois trigo e em 1983 a soja. Mais adiante, as fábricas de ração. De alguma forma, a modernização foi um importante pilar. A cada pouco tempo, de lá para cá, há ampliação de área e mais incorporações, como a Coopercanoinhas e a ida ao MS há cinco anos. No RS, em 2017, alugamos parte das estruturas da Cotrel. Tudo isso para fazer frente ao aumento dos custos, que só tendem a baixar com novas frentes, novos negócios, mantendo os mesmos níveis de rentabilidade ou ampliando-os. Quem não cresce fica estagnado ou regride.”

 Alfa repaginada

“Quando assumi, no início de 2009, depois de três mandados expansionistas de Mário Lanznaster – que sucedeu a ao saudoso Aury Luiz Bodanese –, a Alfa já estava muito bem, já vinha num ritmo crescente. É lógico que o tempo foi passando, e as estruturas já não davam mais conta. Assim, ao longo dos últimos 12 ou 13 anos, fomos ampliando silos, lojas e mercados, novos mixes de mercadorias e melhorando o entrosamento das equipes.”

 “O crescimento da Alfa se deve, em grande parte, à confiança que os associados depositaram em nós e nas gestões anteriores. Creio que o jeito simples de administrar, focando a rentabilidade, os novos nichos de mercado que se apresentaram, a atualização tecnológica com pés no chão, tudo isso gerou um enorme salto de qualidade e, também, uma solidez financeira.”

R$ 400 milhões em dois projetos

“Somente o novo projeto da Linha Tomazelli, Chapecó (que vai processar 2 mil toneladas de soja/dia a partir de 2022), mais a UPL em Sidrolância – MS (que vai abastecer com suínos o frigorífico Aurora de São Gabriel do Oeste) deverão consumir cerca de R$ 400 milhões. Por isso, este ano, estamos tendo um certo cuidado com outros investimentos. Contudo, alguns são inevitáveis, como é o caso do novo Superalfa e Loja em São Lourenço do Oeste – e em Itaiópolis –, ambos em SC, onde também não temos estrutura própria.”

 A transformação das pessoas

“Já no início da década de 1970, começaram a assistência técnica, o preparo das pessoas, os sistemas de comunicação, e isso nunca parou justamente por sermos uma cooperativa. De um lado, o caixa precisa ser forte; de outro, o preparo das pessoas deve ser permanente, olhando-se para as tecnologias viáveis. Uma cooperativa jamais deve esquecer seu trabalho social. Treinamentos, programas com jovens, mulheres, casais de líderes, novos associados, campos demonstrativos, com temas sempre voltados ao interesse do associado, para que sua família também dê seus saltos evolutivos. Isso tudo vai ampliando a confiança e a segurança dos cooperados nos negócios da Alfa. Se a confiança se vai, estaríamos fadados a sucumbir. Assim que a pandemia permitir, deveremos desencadear vários eventos presenciais com segurança extrema, até porque teremos um fim de ano com encaminhamentos bem importantes, por conta das eleições do Conselho em fevereiro de 2021.”  

E o “coração”?

“Quando se fala em associado, estamos falando do ʻcoraçãoʼ do sistema; o cooperado representa tudo para a Cooperativa. Ao longo dos anos, os laços foram se fortalecendo. É motivo de alegria ver o associado satisfeito com sua entidade, por se abastecer de insumos e mercadorias na própria casa, bem como a comercialização da produção. É entendível, num universo de mais de 20 mil famílias, um ou outro caso apresentar, eventualmente, alguma insatisfação, especialmente quando acontecem oscilações de preços na produção. Preciso lembrar que isso é reflexo do mercado, e não da Alfa.”

“A grande maioria notabiliza a cota-capital e o elevado grau de consultoria técnica que ofertamos. O mesmo ocorre com a pontualidade nos pagamentos, e aplaudem o trato feito e cumprido. A Alfa está bem conceituada com o quadro social, os funcionários, os parceiros, os terceirizados, os clientes e a comunidade em geral.”

 Os espelhos

“Espelhando-se o País e a esfera púbica com a Alfa e seus times, vejo que há gestores e políticos corretos, que fazem o bem para a sociedade. Contudo, muitas atitudes na esfera pública são perversas. Percebo uma Cooperalfa e sua gente com retidão. Para mim, ética, humildade e honestidade são tudo; são qualidades preponderantes para pessoas e corporações. Desejo vida longa à Cooperativa, transparência, sem acomodação, que continuemos pagando a cota em dia, inovando com consciência e que as próximas cinco décadas sejam tão profícuas quanto foram os primeiros 53 anos. Que nossas raízes fiquem bem firmes a quem virá, seja um filho, seja um neto. Que o Menino Jesus nos abençoe e que possamos nos cuidar para a travessia do momento.”

(julmir.cecon@cooperalfa.coop.br)

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