Cooperativismo Catarinense

ENERGIA

CERGRAL adere compra de energia através de leilão

A cooperativa, como permissionária, pode comprar energia de duas formas distintas: da principal distribuidora que é a Celesc; ou comprar direto em um leilão de qualquer empresa

A realização de leilões para expansão da oferta de energia elétrica foi um mecanismo introduzido na reforma do setor elétrico e consolidado com a efetiva participação de várias instituições. A Cooperativa de Eletricidade de Gravatal (Cergral) está entre as que optaram por esta participação da compra de energia via leilão.
Segundo o engenheiro eletricista Ricardo Steiner, a Cergral, como permissionária, pode comprar energia de duas formas distintas: da principal distribuidora que é a Celesc, que tem um valor tabelado; ou comprar direto em um leilão de qualquer empresa que comercialize energia, desde que cumpra requisitos que atendam as necessidades da cooperativa.

Com isso, a cooperativa pode se candidatar e participar de leilões e foi isso que a Cergral fez. Foram mais de 200 empresas comercializadoras e 40 cadastradas, sendo que 17 participaram do leilão.

“Se aplicou um valor mínimo e apenas duas empresas apostaram nisso e deram lance. A vencedora foi a Prime Energy. As demais estavam no leilão mas não deram lance, provavelmente achando que o preço estava muito baixo”

, ressalta o presidente da Cergral, João Vânio Mendonça Cardoso.

É efetuada uma publicação referente a compra de uma determinada quantidade de energia. As empresas que têm energia para vender se cadastram para participar do leilão e no dia e hora fixado no edital, dão seus lances.

“O que acontece no leilão: nós queremos comprar no menor preço e eles querem vender no melhor preço. O leilão foi feito em conjunto entre a Cergral e Coopermila, de Lauro Müller”

, comenta Vaninho.

BENEFÍCIOS
O leilão aconteceu na Cergral no mês de dezembro, todo on line, apenas presencialmente os representantes e técnicos das duas cooperativas.

“Foi contratada uma empresa responsável pela organização do leilão e com isso, podíamos acompanhar todos os lances, mas as empresas não podiam ver uma da outra”,

diz o presidente.

Explica Vaninho que, a energia que foi comprada será entregue a partir de outubro de 2023. Segundo ele, existe um prazo legal que tem quer ser cumprido com a Celesc, com quem se tem a contratação de energia, tendo que informar que não há mais interesse na compra, que passa a ser adquirida através do leilão.

“O benefício que a Cergral está buscando ao comprar energia mais barata é para manter o preço da tarifa. Pelos estudos técnicos, as cooperativas, aos poucos, estão migrando para o leilão. O preço que a Celesc está praticando com as cooperativas, está subindo muito. Cada cooperativa tem um preço diferente e cada cooperativa vai para o leilão em momentos diferentes, quando o valor fica mais baixo do que o da Celesc”

, lembra.

“Este foi o momento da Cergral e Coopermila que dividiram os custos do leilão, sendo as primeiras no Brasil a fazer isso conjuntamente, resultando em retorno financeiro bem melhor. A Cooperzem, de Armazém, também fez no mesmo período, mas separado e as demais cooperativas também deverão fazer.
“Esta é uma tendência do setor”

, prevê Vaninho.

A meta da Cergral, além da compra de energia, é fazer uma linha de transmissão e uma subestação para deixar de ter este custo. Hoje toda esta utilização é paga à Celesc que impacta na tarifa de energia.

“O leilão vai gerar autonomia para a cooperativa e ummelhor preço e isso passa por termos nossos próprios equipamentos”

, diz.

Ricardo Steiner conclui que,

“tudo que for economizado vai para a tarifa, mesmo que seja um real, não ficando nada para a cooperativa. O objetivo da Cergral é baixar o valor tarifário para o usuário”

Fonte: JBGuedes Oficina de Comunicação